Capítulo I O Carmelita
“Corria o mês de março de 1603.
Era portanto um ano antes do dia em que se abriu esta história. Havia à beira do caminho que então servia às expedições entre o Rio de Janeiro e o Espírito Santo, um vasto pouso onde habitavam alguns colonos e índios catequizados.
Estava quase a anoitecer.”
Havia ali três homens que olhavam uma tempestade. Entre eles o frei Ângelo di Luca, que era missionário naquele lugar e praticava a catequese ali, juntos aos selvagens; os outros dois homens chamavam-se Fernão Aires e Nunes. De repente, Fernão Aires recebeu a descarga elétrica de um raio que o jogou esmagado ao fundo do alpendre.
O frei Ângelo e Nunes ficaram perplexos, mas em meio a uma golfada de sangue, Fernão Aires exclamou, lembrando-se que zombara da tempestade:
“- Castigo do Céu!”
Pediu para que Frei Luca o ouvisse em confissão, posto não haver mais nada que se pudesse fazer. Fernão Aires conta , então, que roubara o mapa das minas de um parente de Robério Dias e que agora, sabendo que a mulher desse homem passa fome na Bahia, quer que o frei entregue o mapa que se encontra dentro da cruz de pau tosco, perto de sua cama.
“Frei Ângelo ergueu-se circulando o aposento com a vista alucinada; na cabeceira da cama havia um Cristo de ferro sobre uma grande cruz de pau tosca e mal lavrada.
Com um movimento de raiva o frade apoderou-se da cruz, e quebrou-a de encontro ao joelho; a imagem rolou pelo chão, entre os estilhaços de madeira apareceu um rolo de pergaminho achatado pela pressão em que estivera.
Quebrou com os dentes o selo do papel; chegando à janela leu à claridade vacilante do relâmpago as primeiras palavras de um rótulo de letras vermelhas, que rezava nestes termos:
“Roteiro verídico e exato em que se trata da rota que fez Robério Dias, o pai, em ano da graça de 1587 às paragens de Jacobina, onde descobriu com o favor de Deus as mais ricas minas de prataria que existam no mundo; com a suma de todas as indicações de marcos, balizas e linha equacional onde demoram aquelas ditas minas; começado em 20 de janeiro, dia do mártir S. Sebastião, e terminando na primeira dominga de Páscoa em que chegamos com a mercê da Providência nesta cidade do Salvador.”
Embora o homem esperasse, agonizando, a extrema unção, o frei sentara-se num banco, entregue a funda meditação.
Não pensava, delirava, deixava vir à cabeça o mar cheio de vagas da prataria, flores de diamantes…
Tira o hábito, repisa-o, veste uma roupa, pega as armas do morto e vai sair; mas Nunes vem chegando e o frei, coberto por um capelo, diz a ele que entregue ao seu superior um bilhete, que vai sair para reparar um crime praticado pelo morto e que talvez nem volte, tais os perigos que correrá.
É assim que nos é explicado o aparecimento do italiano Loredano. Ele é, na realidade, Frei Ângelo Di Luca, que a partir do momento em que recebe a confissão se transforma. Acompanhado de um índio de uma das famílias que catequizara, ele se mete pelo sertão, em busca do lugar onde estaria situada a tal mina de prata de Robério Dias:
“Este aventureiro chamou-se Loredano.
Deixava naquele lugar e sepultado no seio da terra um terrível segredo: isto é, um rolo de pergaminho, um burel de frade e um cadáver.
Cinco meses passados, o vigário da ordem participava ao geral em Roma que o irmão Frei Ângelo de Luca morrera como santo e mártir no zelo de sua fé apostólica.”
Capítulo II Iara!
“Dois dias depois da cena do pouso, por uma bela tarde de verão, a família de D. Antônio de Mariz estava reunida na margem do Paquequer.
O lugar em que se achava era uma pequena baixa cavada entre dois outeiros pedregosos que se elevavam naquelas paragens.”
Estavam todos felizes, Ceci corria atrás de um beija-flor, quando uma palavra, em língua estranha vibrou no ar:
– Iara!
Vocábulo guarani que significa “senhora”.
É assim que todos conhecem Peri. Ele segurava uma pedra com os ombros de encontro à rocha, tal pedra, se se desprendesse, mataria a bela Ceci, que sem se aperceber de nada, mal sabia o perigo que corria naquele instante. Após perceber o perigo e retirar a filha do caminho da pedra, D. Antônio de Mariz deitou a filha quase desmaiada no colo da mãe e pôde ver que o índio, mal aguentando mais suster a enorme pedra, deixou-a cair e ela vai cravar-se ao chão.
Peri tinha salvado Ceci.
O índio apresenta-se: é da tribo dos goitacás, filho de Ararê; D. Antônio oferece-lhe a amizade, Peri diz que já era seu amigo. D. Antônio pergunta por que e Peri começa a narrar:
“Era o tempo das árvores de ouro.
A terra cobriu o corpo de Ararê, e as suas armas: menos o seu arco de guerra.
Peri chamou os guerreiros de sua nação e disse:
Pai morreu, aquele que for mais forte entre todos terá o arco de Ararê. Guerra!
Assim falou Peri e os guerreiros responderam: guerra!
Enquanto o sol alumiou a terra, caminhamos; quando a lua subiu ao céu, chegamos. Combatemos com os Goitacás. Toda a noite foi uma guerra. Houve sangue, houve fogo.
Quando Peri abaixou o arco de Ararê, não havia na taba dos brancos uma cabana em pé, um homem vivo; tudo era cinza.
Veio o dia e alumiou o campo; veio o vento e levou a cinza.
Peri tinha vencido; era o primeiro de sua tribo, e o mais forte de todos os guerreiros.
Sua mãe chegou e disse:
-Peri, chefe dos goitacás, filho de Ararê, tu és grande, tu és forte como teu pai; tua mãe te ama.
Os guerreiros chegaram e disseram:
– Peri, chefe dos goitacás, filho de Ararê, tu és o mais valente da tribo e o mais temido do inimigo; os guerreiros te obedecem.
As mulheres chegaram e disseram:
– Peri, primeiro de todos, tu és belo como o sol, e flexível como a cana selvagem que te deu o nome; as mulheres são tuas escravas.
Peri ouviu e não respondeu; nem a voz de sua mãe, nem o canto dos guerreiros, nem o amor das mulheres o fez sorrir.
Na casa da cruz, no meio do fogo, Peri tinha visto a senhora dos brancos; era alva como a filha da lua; era bela como a garça do rio.
Tinha a cor do céu nos olhos; a cor do sol nos cabelos; estava vestida de nuvens, com um cinto de estrelas e uma pluma de luz.
O fogo passou; a casa da cruz caiu.
De noite Peri teve um sonho; a senhora apareceu, estava triste e falou assim:
– Peri, guerreiro livre, tu és meu escravo; tu me seguirás por toda a parte, como a estrela grande acompanha o dia.”
E termina a sua narração dizendo que salvara a senhora do perigo da pedra. Ou seja: Peri confunde a “senhora da casa da cruz”, a igreja, portanto Nossa Senhora, com a imagem de Ceci, que também é loura e de olhos azuis.
Além disso, durante a narração , Peri conta que D. Antônio salvara sua mãe das garras dos aventureiros inescrupulosos e que Ceci cuidara bem dela.
Eles brindam com vinho e D. Antônio o convida para a ceia. Ficam amigos. Ele bebe o vinho sem desgosto; beberia veneno à saúde do pai de Cecília.
Capítulo III Gênio do mal
Peri volta várias vezes à casa de D. Antônio e sempre é recebido como amigo. Causa certo receio , a princípio, a Cecília, a quem amedrontara a mãe durante a infância, contando casos de selvagens.
Em Isabel, a presença do índio relembrava sua origem: “lembrara-se de sua mãe sempre infeliz, da raça de que provinha, e da causa do desdém com que era geralmente tratada.
Quanto a D. Lauriana, via em Peri um cão fiel que tinha um momento prestado à família, e a quem se pagava com um naco de pão. Devemos porém dizer que não era por mau coração que ela pensava assim, mas prejuízos de educação.”
Quinze dias depois que D. Antônio de Mariz dera hospedagem, entre os aventureiros, a Loredano, através de Aires Gomes, escudeiro de D. Antônio, pedira-lhe uma audiência. Nela, disse que gostaria de ali permanecer agregado, sob as ordens e a custódia de D. Antônio. Ficara. Mas, antes, teve que ouvir do escudeiro quais as condições: obedecer sem replicar, contentar-se com o que havia disponível por ali.
Tudo ia bem, mas Loredano viu Cecília:
“A imagem dessa bela menina, casta e inocente, produziu naquela organização ardente e por muito tempo comprimida o mesmo efeito da faísca sobre a pólvora.
Toda a continência de sua vida monástica, todos os desejos violentos que o hábito tinha selado como uma crosta de gelo, todo esse sangue vigoroso e forte da mocidade, passada em vigílias e abstinências, refluíram ao coração e o sufocaram um momento.
Depois um êxtase de voluptuosidade imensa embebeu essa alma velha pela corrupção e pelo crime.”
Nessa ocasião, Loredano já traçara os planos para obter o tesouro, que relocaliza e, pelo que nos diz o narrador, está naquelas terras. Durante um ano, trabalhara na empreitada de ter homens de confiança, Bento e Rui, ir para o Rio de Janeiro carregando seus tesouros ali recolhidos, o tesouro de Robério e depois à Europa vender a qualquer rei a localização das minas, tornar-se nobre, ter Cecília para si.
Era mentira que no testamento deixado com D. Antônio de Mariz contasse toda a verdade. Nele, apenas apontava desconfianças sobre tais aventureiros, julgando-os capaz de atos torpes e vis.
Capítulo IV Ceci
“Poucas horas depois que Loredano fora admitido na casa de D. Antônio de Mariz, Cecília, chegando à janela do seu quarto viu do lado oposto do rochedo Peri, que a olhava com uma admiração ardente.
O pobre índio, tímido e esquivo, não se animava a chegar-se à casa, senão quando via de longe a D. Antônio de Mariz passeando sobre a esplanada; adivinhava que naquela habitação só o coração nobre do velho fidalgo sentia por ele alguma estima.”
Há dias o índio não aparecia e Ceci, vencendo a timidez, tomada pela gratidão da vida que lhe devia, fez sinal para que se aproximasse.
“- Vinde ver Peri, que chega meu pai.
– Ah! Inda bem, respondeu o fidalgo.
E acompanhando sua filha, D. Antônio foi ao encontro do índio que já subia a esplanada.
Peri trazia um pequeno cofo, tecido com extraordinária delicadeza, feito de palha muito alva, todo rendado; por entre o crivo que formavam os fios, ouviam-se chilidos fracos e um rumor ligeiro que faziam os pequenos habitantes desse ninho gracioso.
O índio ajoelhou aos pés de Cecília; sem animar-se a levantar os olhos para ela, apresentou-lhe o cabaz de palha; abrindo a tampa, a menina assustou-se, mas sorriu; um enxame de beija-flores esvoaçava dentro; alguns conseguiram escapar-se.”
Peri vinha despedir-se, estava voltando para sua tribo.
Tomada de gratidão, Cecília pede que ele fique porque se ele não estivesse ali, quem poderia salvá-la.
O índio consente em ficar para tomar conta e zelar pela vida de sua senhora; era de ora em diante seu escravo.
Parte da tribo de Peri ainda se encontrava nas redondezas, depois de uma luta. A mãe pede ao filho para que partam, mas Peri diz a ela que vai ficar com D. Antônio.
Constrói ali uma cabana e ali permanece.
Os seus partiram, mas ele, escravizado pela imagem de Ceci, imaginando-a Nossa Senhora, permanece.
“Cecília que um momento conseguira vencer a repugnância que sentia pelo selvagem, quando lhe ordenara que ficasse, não se lembrou da ingratidão que cometia e não disfarçou mais a sua antipatia.
Quando o índio chegava-se a ela, soltava um grito de susto; ou fugia, ou ordenava-lhe que se retirasse; Peri que já falava e entendia o português, afastava-se triste e humilde.
Entretanto a sua dedicação não se desmentia; ele acompanhava a D. Antônio de Mariz nas suas excursões, ajudava-o com a sua experiência, guiava-o aos lugares onde havia terrenos auríferos ou pedras preciosas.”
Peri, um dia, conta a Ceci que ela tem o nome do que faz com ele.
A menina pergunta ao pai o que significa “ceci”em tupi e fica sabendo que significa “magoar”. Fica triste com o que está fazendo na alma do selvagem e passa a tentar compreendê-lo, querê-lo bem.
Capítulo V Vilania
“É tempo de continuar esta narração interrompida pela necessidade de contar alguns fatos anteriores.
Voltemos, pois, ao lugar em que se achavam Loredano e seus companheiros tomados de medo pela exclamação inesperada que soara no meio deles.
Os dois cúmplices, supersticiosos, como eram as pessoas de baixa classe naquele tempo, atribuía, o fato a uma causa sobrenatural, e viam nele um aviso do céu. Loredano porém não era homem que cedesse a semelhante fraqueza; tinha ouvido uma voz; e essa voz embora surda e cava devia ser de um homem.
Quem ele era? Seria D. Antônio de Mariz? Seria algum dos aventureiros? Não podia saber; o seu espírito perdia-se num caos de dúvidas e incertezas.”
Assim que saíram do local onde estava escondido o manuscrito, viram Álvaro que observava a cena entre as duas primas, a cena da revelação, sem entender o que se passava entre elas, dada a distância em que se encontravam. Loredano julga ser de Álvaro a voz do homem e o aponta como culpado aos companheiros. Põe-se a segui-lo, mas Álvaro se arma e se encosta a um tronco de árvore, esperando. Loredano imagina seu segredo ameaçado.
Ambos lutam, e vão duelar num rochedo à beira do rio; Álvaro segue na frente, Loredano arma o clavinote e dispara-lhe à traição um tiro.
Capítulo VI Nobreza
“Álvaro ouviu um sibilo agudo.
A bala roçando pela aba rebatida de seu chapéu de feltro cortou a ponta da pluma escarlate que se enroscava sobre o ombro.
O moço voltou-se calmo, sereno, impassível; nem um músculo de seu rosto agitou-se; apenas um sorriso de soberano desprezo arqueava o lábio superior, sombreado pelo bigode negro.”
Peri, que seguira os dois, desconfiado, agarra Loredano pela nuca e obriga-o a ajoelhar-se, pronto para matar quem ousara desafiar Álvaro à traição. No entanto, o cavalheiro pede a Peri que o solte:
“- Solta este miserável, Peri!
– Não!
– A vida deste homem me pertence; atirou sobre mim; é a minha vez de atirar sobre ele.
Álvaro ao mesmo tempo que dizia estas palavras armava a clavina, e apoiava a boca na fronte do italiano.
– Ides morrer. Fazei a vossa oração.
Peri abaixou a faca; recuou um passo, e esperou.
O italiano não respondeu; a sua oração foi uma blasfêmia horrível e satânica; as palpitações violentas do coração batiam de encontro ao pergaminho que tinha no seio, e lembravam-lhe o seu tesouro que ia talvez cair nas mãos de Álvaro e dar-lhe a riqueza de que não pudera gozar.
Entretanto, na baixeza dessa alma ainda havia alguma altivez, o orgulho do crime; não suplicou, não disse uma palavra; sentindo o contato frio do ferro sobre a fronte, fechou os olhos e julgou-se morto.
– Tu és indigno de morrer à mão de um homem, e por uma arma de guerra; pertences ao pelourinho e ao carrasco. Seria um roubo feito à justiça de Deus.”
Loredano está aliviado, mas Álvaro faz com que ele prometa que no dia seguinte deixaria a casa de D. Antônio. O italiano jurou.
Peri pensa sobre o que ouvira de pouco, a conversa entre os comparsas. Sua primeira idéia foi lançar-se sobre os três comparsas e matá-los:
“- Foi por isso que soltou aquela palavra que revelava a sua indignação; mas imediatamente lembrou-se de que ele podia morrer, e que nesse caso Cecília não teria quem a defendesse. pela primeira vez na vida teve medo; teve medo por sua senhora, e sentiu não possuir mil vidas para sacrificá-las todas à sua salvação.”
Imaginou que se avisasse D. Antônio sobre presumível ataque dos aimorés, este vigiaria melhor a casa, evitando danos que Loredano e seus homens pudessem fazer; estaria atento. Mas viu Álvaro e Loredano discutirem, seguiu-os e, por fim, investiu contra o aventureiro que queria acabar com a vida do fidalgo.
Peri tinha planejado matar os traidores, entregar-se a D. Antônio e narrar-lhe todo o plano dos traidores; a bondade de Álvaro, no entanto, a generosidade de Álvaro, poupando Loredano, tinha mudado tudo o que pensara fazer.
Abaixou a faca e guardou-a na cinta.
Quando Álvaro foi agradecê-lo pelo gesto de salvar-lhe a vida, veja o que acontece:
“- Obrigado ainda uma vez, Peri,; não pela vida que me salvastes, mas pela estima que me tens.
E o moço apertou a mão do selvagem.
– Não agradece; Peri nada te fez; quem te salvou foi a senhora.
Álvaro sorriu-se da franqueza do índio, e corou da alusão que havia em suas palavras.
– Se tu morresses, a senhora havia de chorar; e Peri quer ver a senhora contente.
– Tu te enganas; Cecília é boa, e sentiria da mesma maneira o mal que sucedesse a mim, como a ti, ou a qualquer dos que está acostumada a ver.
– Peri sabe por que fala assim; tem olhos que vêem, e ouvidos que ouvem; tu és para a senhora o sol que faz o jambo corado, e o sereno que abre a flor da noite.
– Peri!… exclamou Álvaro.
– Não te zanga, disse o índio com doçura; Peri te ama, porque tu fazes a senhora sorrir. A cana quando está à beira d’água, fica verde e alegre; quando o vento passa, as folhas dizem Ce-ci. Tu és o rio; Peri é o vento que passa docemente, para não abafar o murmúrio da corrente; é o vento que curva as folhas até tocarem a água.
Álvaro fitou no índio um olhar admirado. Onde é que este selvagem sem cultura aprendera a poesia simples, mas graciosa; onde bebera a delicadeza de sensibilidade que dificilmente se encontra num coração gasto pelo atrito da sociedade?”
Sem nenhum sentimento de hostilidade, Álvaro recebeu a confissão de Peri; apreciava a maneira como o selvagem tinha dedicação a Cecília, “e ia ao ponto de amar tudo quanto sua senhora estimava.
– Assim, disse Álvaro sorrindo, tu só me amas por que pensas que Cecília me quer? disse o moço.
– Peri só ama o que a senhora ama; porque só ama a senhora neste mundo: por ela deixou sua mãe, seus irmãos e a terra onde nasceu.
– Mas se Cecília não me quisesse como julgas?
– Peri fria o mesmo que o dia com a noite: passaria sem te ver.
– E se eu não amasse Cecília?
– Impossível!
– Quem sabe? disse o moço sorrindo.
– Se a senhora ficasse triste por ti! … exclamou o índio, cuja pupila negra irradiou.
– Sim? o que farias?
– Peri te mataria.
(…)
– Tu és bom; Peri quer que a senhora te ame.”
Peri pediu a Álvaro que, em caso de sua morte, chamasse a sua mãe e seus guerreiros para ajudarem a tomar conta de Cecília, combatendo contra o inimigo da casa.
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