O DNA – Parte 3

5. A tecnologia do DNA recombinante

Utilizando as enzimas de restrição bacterianas, tornou-se possível cortar dois DNAs diferentes e, pela ação de enzimas ligases, unir os segmentos resultantes e formar um DNA recombinante. Este processo iniciou a Engenharia Genética, mais corretamente denominada Tecnologia do DNA Recombinante.

Segmentos de DNA humano e plasmídios retirados de bactérias podem ser cortados pela mesma enzima de restrição, e os fragmentos resultantes podem ser unidos, formando um DNA recombinante entre o plasmídio e o DNA humano. Recolocado na bactéria, o plasmídio recombinante duplica ao mesmo tempo que o DNA bacteriano, permitindo a formação de novas cópias, em um processo de amplificação denominado clonagem molecular.

6. A técnica do PCR

A clonagem molecular por meio de bactérias é um processo eficiente, porém trabalhoso, delicado e relativamente demorado. Na década de 1980, desenvolveu-se uma técnica muito mais rápida para a produção de cópias de DNA, denominada PCR (Polymerase Chain Reaction = Reação em Cadeia da Polimerase).

A partir de um DNA molde a ser copiado, são utilizadas pequenas seqüências iniciadoras; nucleotídeos e a enzima DNA polimerase são empregados em um mecanismo cíclico e automático, que permite a produção de múltiplas cópias do segmento inicial.

O processo trabalha com amostras mínimas de DNA, extraídas de pequenas quantidades de sangue, pele, folículos pilosos, esperma ou até mesmo de fragmentos de fósseis.

A finalidade da PCR é produzir rapidamente grande quantidade de cópias de determinado DNA, tornando-as disponíveis para estudo.

7. Aplicações da Engenharia Genética

A tecnologia do DNA recombinante tem um grande número de aplicações. Entre elas, pode-se incluir:

Utilização de sondas (seqüências de DNA complementares) que reconhecem pequenas seqüências repetidas de nucleotídeos distribuídas ao longo do DNA de um organismo. Denominadas minissatélites, ficam fora dos genes e têm um padrão característico de distribuição em cada indivíduo, constituindo uma verdadeira “impressão digital” do DNA (daí o seu nome em inglês, DNA-fingerprint). Por meio das sondas, que são marcadas com compostos radioativos ou corantes sensíveis à fluorescência, são realizados testes altamente precisos de paternidade ou de identificação de criminosos.

Localização de genes associados a doenças genéticas, por meio de seqüências de DNA complementares marcadas que reconhecem esses genes, permitindo a identificação dos portadores da doença. Esses exames podem ser realizados na fase pré-natal, para a detecção de doenças genéticas no embrião.

Detecção de genes relacionados com o desenvolvimento de certos tumores, como o retinoblastoma (tumor ocular) e certos tipos de câncer de mama.

• Terapia gênica, para a correção de doenças genéticas (pela introdução de genes que corrijam as distorções existentes) ou para o tratamento de câncer (usando genes que bloqueiam o crescimento tumoral ou ainda que induzem a formação de antígenos, estimulando a rejeição do tumor pelo organismo).

• Produção de vacinas sintéticas, empregando um vírus que é inofensivo para o homem e que transporta um gene responsável pela produção de um antígeno idêntico ao de um agente infeccioso. O antígeno não provoca a doença, mas estimula a produção de anticorpos específicos que imunizam o organismo contra o agente.


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